A luta continua ... apesar de la siesta

Gisálio Cerqueira Filho [1]

O que seria la siesta que aprendi em Espanha?

em Madri, Barcelona, Oñatti, no País Basco, e Sevilha.

Verdade seria dizer que nestas cidades me aperfeiçoei,

pois nascido em Vila Isabel, terra de Noel, [2]

Brasil, bem cedo, à siesta me acostumei.

Diria, dos meus17 anos aos dias de hoje,

ou seja, dos anos de1962, quando

comecei a “ trabalhar ”, a 2024, ainda

dando aulas na Universidade...

Do que me recordo, vale o registro do

almoço de cada dia às 11:00 horas e

 exatas 11:00 horas

o que perdurou para sempre e até hoje num ritual.

Pela manhã, às 6:00 h um café com leite sóbrio.

pães, queijos variados, do país, (Minas Gerais, por exemplo,

queijo da Serra) e outros que, às vezes, nada ficam a dever aos

chegados do estrangeiro, Holanda, França, Portugal (Serra (da Estrela), Itália;

muitos outros, que sempre me encantaram, aliás também os embutidos...

Jantava ao anoitecer, às 18 horas, e ia dormir às 22:00 horas.

Sempre em ponto como desde cedo me foi ensinado.

Dormia contente, e sem interrupções com sonhos ou pesadelos

meu total de sono diário sempre de oito horas

já aí incluída a chamada siesta após o almoço

que durava tão somente uns 30 minutos,

mas que (e)feito fantástico!

    todavia, a questão principal era o almoço às

11:00 horas em ponto que, se não ocorresse, destruía

a siesta e com ela o planejamento para o dia se esvanecia

Assim, posso garantir que na siesta não há só descanso,

pois a luta, a luta não para...a luta continua apesar da siesta

[1] Poeta, escritor e professor brasileiro. Sociólogo e Doutor em Ciência Política. pesquisador sênior na UFF

[2] Cantor popular brasileiro, nascido em Vila Isabel, Rio de Janeiro, Brasil. Suas canções como que emergem das ruas do bairro, sobretudo nas calçadas da Av. 28 de Setembro...